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Alexandre, Anari e Raul - relato de pai
18 Apr 2016
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Era 18 de abril, aproximadamente 40 semanas de gestação e Raul começava a dar os primeiros sinais. Havíamos passado uma noite um pouco mais agitada devido aos tais pródromos (contrações de treinamento).
Eis que as contrações começaram a ficar menos espaçadas de madrugada, lembro que a equipe da Lumiar chegou de "mala e cuia" por volta da seis da manhã, sinal de que começaria ali nossa maratona! Seriam umas doze horas a partir de então...calculo na verdade, que daria para correr seguramente uma duas maratonas! Então papais e mamães preparem-se!! É cansativo, tenso, intenso e propenso a desgastes que podem fazer vocês pensarem em desistir no meio do caminho. A nós companheiros, papais, sensibilidade e disponibilidade serão a partir de então as palavras de ordem! Contraditoriamente, essas tais disponibilidade e sensibilidade, também vão nos deixando vulneráveis a toda sorte de sentimentos. Horas em que não gostaríamos de estar ali vendo de perto toda aquela dor da sua parceira.Talvez lá no fundo, confesso, querendo recorrer à medicina e tentar "encurtar" o caminho...
Mas dai, você lembra dos médicos e da medicina, de que um deles esqueceu durante o pré-natal a palavra: "humanizado". E que quando você e sua parceira decidiram pelo que é natural, sabiam que iriam ter que diferenciar dor de sofrimento e, bola para frente!!!
Os barulhos que a Anari ia fazendo para comunicar suas sensações davam o tom do anúncio da chegada do Raul...
Em meio a todas as sensações: senta na bola, vai pro chuveiro, entra na banheira, ufa...!!!
E nós seis ali por perto, cada um(a) com sua importância, em algum momento dessa jornada: Carol, Lilian, Rose, Tais, Dona Ovidia, que é mãe da Anari, e eu. Aqui faço um parêntese para assinalar o quanto o cuidado e a atenção dessa equipe foi importante para nós, o carinho com que cada uma delas tratava as demandas da Anari me incentivavam a estar ali disponível e alerta, mesmo quando o cansaço mental e físico nos desafiava.
Assim, depois de horas intensas e sentimentos idem, os barulhos que Anari fazia iam se intensificando...
À medida que o sol foi se pondo, Anari começou a emitir os sons de guerreira! Costumo dizer que eram "urros" de "Agora vai!!!"
Curiosamente foi nesse momento também que Anari deu uma bambeada na disposição e achou que não ia conseguir...
Daí, como havíamos previsto no plano de parto, foi incentivada a se lembrar do quão sábia é a natureza e de como seu o corpo havia se preparado para isso, que estava tudo certo com o bebê, e que agora lhe restava sua autoconfiança e determinação.
Anari foi convidada a voltar para a banheira, dali um tempo, uma hora ou duas...
Entre mais alguns instantes de certezas e incertezas, incentivos carinho e cuidado, Anari acreditou em si e na sua força e Raul nasceu, SENSAÇÃO INDESCRITÍVEL!!!
Meus deus! Meu deus e agora? Novamente todos os cuidados por parte equipe...
Dai, procedimentos com Anari e Raul realizados, pude cortar seu cordão umbilical e recebê-lo em meus braços. Era um choro leve e sem desespero, diferente dos vídeos que víamos na sala de espera da maternidade daqui da cidade, naquelas propagandas da "empresa de filmagem de parto" Ainda sem saber o que fazer com Raul no colo e, até hoje sem saber por que, catarolei uma música do Roberto Carlos para ele (eu nem gosto tanto de Roberto Carlos assim rsrs) mas vamos lá, era aquela musica assim: "Eu tenho tanto para lhe falar, mas com palavras não sei dizer..." Dai, ele parou de chorar....
Começava ali, nossa história de colo e música...